Centro TEA do Cisvale realiza formação para educadores do Estado

Evento realizado em parceria com a 6ª CRE reforça o projeto de qualificação dos profissionais da educação, com foco na supervisão, orientação escolar e professor da sala de recursos

Santa Cruz do Sul – O Centro Regional de Referência em Transtorno do Espectro do Autismo (Centro TEA) do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) executou mais uma etapa do programa Acolher é Desenvolver, com a formação de profissionais da educação para o manejo com alunos com autismo. Em parceria com a 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de Santa Cruz do Sul, o evento reuniu supervisores, orientadores e professores das salas de recurso de escolas estaduais da região. Na oportunidade, a discussão sobre as a inclusão e o papel de cada profissional neste processo, pautou o encontro.

Para a presidente do Cisvale, Sandra Backes, a adesão dos profissionais estaduais da educação dá uma nova dimensão para o programa Acolher é Desenvolver, criado pelo consórcio no ano passado. “Estamos usando as nossas ferramentas, o conhecimento de nossos profissionais e de palestrantes especialistas para primeiro, ampliar o conhecimento sobre o autismo, e junto a isto, criar um novo ambiente de inclusão nas salas de aula. É um trabalho que agora alcança mais uma parcela dos alunos, por meio das escolas estaduais”, avalia Sandra.

A palestra “Processo Inclusivo, qual o Seu Papel?” realizada no Auditório Central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) na manhã desta quarta-feira, 24, contou com a presença de mais de 200 educadores da região. Conforme a neuropsicopedagoga e especialista em educação inclusiva Vanessa Freitas Nascimento, a formação de profissionais ligados ao o serviço do atendimento educacional especializado, que conta com o professor da sala de recursos, orientador e supervisor educacional, amplia o raio de atenção, não apenas para os alunos com transtorno do Espectro do Autismo (TEA). “Essa formação vem contribuir na educação da pessoa com autismo, assim como as pessoas com deficiências sensoriais, física, auditiva, intelectual e das pessoas com altas habilidades, também conhecidos pelo termo popular de superdotados. Trata-se de uma grande contribuição para a comunidade escolar”, reforça.

Vanessa explica ainda que o atendimento especializado na escola ajuda a eliminar barreiras que impeçam o estudante de desempenhar seu pleno papel de direito e deveres dentro de uma instituição de ensino. “Pensando no autismo, o trabalho é desafiador, pois é necessário conhecer os tipos diferentes de autismo, pois existem tipos de potencialidades diferentes. Acolher e conhecer para poder fazer o melhor dentro do nosso serviço dentro de todos os espaços de uma escola”, recomenda.

A importância da conscientização

A especialista em educação inclusiva explica que quando uma escola possui alunos com diagnóstico TEA, precisa fazer um trabalho que é coletivo pró-conscientização. “Esta é uma ação da escola toda. O estudante não é de uma turma, mas sim, daquela instituição de ensino. Por isso além desta inclusão, na sequência deve se pensar em um plano educacional, contemplando todas as formas pedagógicas disponíveis dentro de um espaço escolar, para sermos mais assertivos com relação ao aluno autista”, complementa Vanessa Freitas Nascimento.

De acordo com o coordenador da 6ª CRE, Luiz Ricardo Pinho de Moura, o trabalho realizado na formação do “trio” de profissionais – orientação, supervisão e professor da sala de recursos – torna-se essencial no ambiente escolar. “Estamos levando para dentro das instituições algo que a gente precisa muito aprender sobre nossos alunos, sobre o autismo, que ainda é um tema novo. Quando mais socializarmos sobre esta questão, melhores seremos em sala”, afirma.

O coordenador ressalta que a realização de parcerias com o Cisvale, para a promoção de encontros como ocorrido na Unisc, caminha para o aprimoramento do conhecimento. “Por meio disso podemos revelar o protagonismo do nosso estudante que talvez por desconhecimento nosso, ou desconhecimento, não aparece neste espaço. Sabendo melhor, podemos assegurar todos os direitos do aluno com autismo também no ambiente escolar”, pontua Pinho de Moura.