JTI repassa R$ 645,8 mil ao fundo do Comitê Pró-Clima

Solenidade de entrega ocorreu nesta sexta-feira, 21, em Santa Cruz do Sul, na sede do Cisvale; recursos serão utilizados para aquisição de equipamentos para o monitoramento do clima

Santa Cruz do Sul – A Associação do Programa Voluntários do Bem (PVB) da JTI repassou ao fundo de Meio Ambiente do Comitê Pró-Clima do Vale do Rio Pardo, o valor de R$ 645.876,05. Os recursos serão utilizados para compra de sete botes e equipamentos para o monitoramento do clima, auxiliando na resposta e atendimento das defesas civis da região em eventos extremos. A assinatura do termo de doação ocorreu no Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), entidade que administra o Comitê Pró-Clima.

A coordenadora do PBV, Cíntia Cristina Schwengber, ressalta que o Programa Voluntários do Bem é um reflexo do compromisso da JTI para com as comunidades onde a empresa atua. “Durante as enchentes de 2024, vimos quão potente é quando 500 voluntários se mobilizam em prol de uma causa. Mais do que solidariedade, naquele momento nosso olhar estava voltado para o cuidado com as pessoas. E hoje, damos mais um passo nesse compromisso, apoiando iniciativas que fortalecem a preocupação com o amanhã, um princípio vívido na JTI, principalmente quando se trata de olhar com responsabilidade para a pauta ambiental e que, consequentemente, tem potencial para minimizar impactos de eventuais tragédias. Certamente, juntos podemos construir um futuro mais seguro e sustentável para todos”, diz Cíntia.

O PVB é um programa da JTI que desde a sua constituição busca promover assistência e inclusão social. No caso do Comitê Pró-Clima, a iniciativa regional se encaixa neste objetivo de auxiliar de forma efetiva a prevenção de novas catástrofes climáticas no Vale do Rio Pardo. Com o repasse de R$ 645.876,05, será possível adquirir sete botes, utilizados para resgate e salvamento de vítimas, assim como aquisição de sete medidores de nível de chuva, que serão instalados ao longo da bacia hidrológica do Vale do Rio Pardo.  O valor foi arrecadado em campanha do PVB, no qual a cada R$ 1 real doado, a JTI contribuiu com R$ 2.

Para o presidente do Cisvale, Gilson Becker, a doação deste programa da JTI reforça ainda mais a aquisição de equipamentos direcionados para o Eixo I do Comitê Pró-Clima, que trata da resiliência e adaptação às transformações climáticas na região. “O recebimento destes recursos da JTI, por meio da sua Associação de Voluntários é extremamente importante para que possamos iniciar nossos projetos. Estas ações, que serão viabilizadas, tanto para o socorro de vítimas, quanto para a criação de um sistema de alerta eficiente, tornam o trabalho e principalmente a resposta da Defesa Civil muito mais eficiente em emergências climáticas”, ressalta.

Becker acrescenta que a parceria com a iniciativa privada será uma grande aliada ao Comitê Pró-Clima, especialmente para a captação de recursos para implementação dos projetos regionais. “Estamos junto ao Plano Rio Grande, com pré-aprovação aos nossos projetos. No entanto, é necessário que consigamos recursos e novos parceiros para colocar em prática estas ações, o mais breve possível. O Cisvale e o Comitê Pró-Clima agradecem muito a doação da JTI, que será muito útil nesta fase de implementação da adaptação e resiliência”, avalia o presidente do Cisvale.

Consórcio encerra 2024 com superávit de R$ 4,5 milhões

O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) fechou o ano de 2024, com saldo superavitário de R$ 4.575.139,66. O resultado foi apresentado na assembleia de prefeitos, que ocorreu na manhã desta sexta-feira, 21, antes da solenidade de entrega da doação dos voluntários da JTI. Conforme o presidente do Consórcio, Gilson Becker, resultado de um trabalho profissional da gestão, tanto realizado pela direção, quanto pelos servidores do Cisvale.

Durante o ano de 2024, o consórcio realizou 178.796 atendimentos, ultrapassando os R$ 14,9 milhões empregados em consultas, exames complementares, diagnóstico por imagem, odontologia, fisioterapia, pequenos procedimentos e cirurgias vasculares. Dentro das compras coletivas de medicamentos, por meio de licitação, os municípios consorciados adquiriram o total de R$ 5 milhões para a farmácia básica, gerando uma economia de até 60% para as prefeituras.

Ainda no balanço das atividades, a diretora executiva do Cisvale Léa Vargas apresentou a atuação do Comitê Pró-Clima, na elaboração dos projetos e apresentação das propostas para captação de recursos junto ao governo do estado, entidades parcerias, iniciativa privada – como a própria JTI – e organismos de financiamento internacional.

Atualmente, o Cisvale atende uma população superior a 665 mil habitantes. Nos 17 municípios consorciados, o contingente populacional é de 405.087 habitantes. No entanto, a assembleia aprovou a manutenção do convênio com Consórcio Intermunicipal dom Vale do Jacuí (CI/JACUÍ), cuja população alcança a marca dos 260 mil habitantes.

Mutirão para cirurgias

Entre os temas abordados na assembleia geral do Cisvale está a força-tarefa para redução na fila de espera das cirurgias de baixa, média e alta complexidade. O tema foi abordado pelo prefeito de Santa Cruz do Sul, Sérgio Moraes, que afirmou não concordar com o tempo de espera que em alguns procedimentos pode chegar a 12 anos de espera. “A gente quer fazer um mutirão para retirar da fila, inicialmente, os casos de baixa complexidade. Mas logo ali na frente, iremos mexer também com os procedimentos mais complicados. Eu não posso aceitar que as pessoas esperem por tanto tempo assim. Peço a ajuda dos senhores, para juntos fazermos um movimento regional”, disse Moraes.

Conforme o presidente do Cisvale, Gilson Becker, o tema “fila de espera para cirurgias eletivas” é uma questão que já estava em pauta no consórcio em 2022. A ideia agora é retomar o assunto, atualizando os dados dos municípios, para que se tenha a dimensão da fila de espera e necessidade de recursos para que se crie um mutirão regional. “Vamos pedir a todos os municípios que façam o levantamento do tamanho da espera, e atualizem os dados. Assim que tivermos esta informação atualizada, vamos realizar um estudo para verificar a viabilidade” recomendou Becker.

A diretora executiva do Cisvale Léa Vargas confirmou que na próxima semana, os secretários municipais de saúde terão um encontro no consórcio. A meta é dar início a este levantamento, a partir do contato com os gestores das pastas. “Precisamos saber qual é o quantitativo e quanto cada município pode aportar para esta ação. Após este levantamento de dados teremos condições de saber como atuar com esta demanda”, ressalta.

Novas fotos na galeria dos ex-presidentes

Após a solenidade da entrega do valor doado pela JTI, o Cisvale prestou homenagens a três ex-presidentes do Consórcio. Carlos Gustavo Shuch, presidente do Cisvale em 2022, Sandra Backes, em 2024 e o atual presidente do consórcio, Gilson Becker, que já presidiu a entidade em 2023, inauguraram suas fotos na galeria dos ex-dirigentes.

A homenageada Sandra Backes falou em nome dos ex-presidentes. Segundo ela, no período de 2022 a 2024 o Consórcio atuou em situações desafiadoras, como a pandemia da Covid-19 e as enchentes de maio de 2024. “Assumimos um papel importante na comunidade e nos tornamos relevantes, quanto a nossa atuação e responsabilidade com nossa região. Hoje o Cisvale é reconhecido por toda a sua atuação e isto muito nos orgulha ter feito parte desta grande entidade”, resume a ex-presidente.

Cisvale fará projeto para triagem e transbordo regional de resíduos sólidos

Ação será submetida ao financiamento federal, por conta do programa PAC Seleções, destinado à reconstrução de cidades e ações de adaptação e resiliência climática

Santa Cruz do Sul – O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) irá inscrever a região no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Seleções 2025, lançado pelo governo federal com o objetivo de estender recursos na ordem de R$ 22,6 bilhões para projetos de reconstrução, adaptação e resiliência climática. O objetivo, elencando pela Câmara Setorial de Meio Ambiente do Consórcio é dispor de um ou dois centros regionais para triagem e transbordo de resíduos sólidos para destinação final em Minas do Leão. A ação vai ao encontro do processo de atualização dos Planos Municipais de Saneamento Básico – atualmente sendo executado pelo Cisvale – assim como a iniciativa do consórcio que data de 2013, quando a região iniciou o debate acerca do tema.

Conforme o presidente do Cisvale, Gilson Becker, o ideal seria que cada um dos 17 municípios consorciados tivesse um local adequado para a realização da triagem e transbordo de resíduos. “No entanto, entendemos que isso também não é viável, pois para que os projetos possam ser contemplados por estes financiamentos do PAC, temos que ter a área de terra indicada para a instalação. Pensamos que dois espaços regionais, definidos conforme a logística dos municípios, podem ser muito úteis neste processo”, ressalta.

Becker também se refere ao valor destinado aos projetos desta área. Dos mais de R$ 22 bilhões, cerca de R$ 600 mil podem ser captados com esta finalidade. “Neste sentido, sempre é mais importante pensarmos em projetos regionais, que podem envolver também as parcerias público-privadas, chamadas de PPPs, uma vez que há um interesse da iniciativa privada nesta área” salienta o presidente. O compromisso agora, da área técnica do Meio Ambiente, é para que se faça um levantamento do volume de resíduos para mensurar como e em quais locais poderão ser instalados estes espaços regionais.

De acordo com a diretora executiva do Cisvale, Léa Vargas, vendo a importância do tema, desde 2013 o Consórcio trata do assunto resíduos sólidos. “Esta ação contempla o plano estratégico regional de resíduos sólidos elaborado e concluído pelo consórcio, foi uma das primeiras propostas criadas na área do meio ambiental, assim como a própria Agenda Ambiental Cisvale 2030, que atua na educação ambiental junto aos municípios, e o Comitê Pró-Clima, e toda a força-tarefa criada para atender os municípios durante as enchentes fazem parte da nossa atuação”, acrescenta.

A inscrição do projeto precisa ocorrer até o dia 31 de maço, no sistema do PAC Seleções. Até o momento, o governo federal não sinalizou com a possibilidade de prorrogação de prazos. Após a inscrição, a análise das propostas tende a ocorrer em até 30 dias, tempo em que a região precisa finalizar a formatação do projeto.

Prefeituras podem aderir ao PAC

Conforme a secretária Municipal de Planejamento e Urbanismo de Venâncio Aires, Deizimara Ana de Souza, o PAC Seleções 2025 tem cinco eixos-temáticos: água e saneamento básico; cidades sustentáveis e resilientes; saúde; educação, ciência e tecnologia e infraestrutura social e inclusiva. “Muitas vezes a comunidade não tem ideia, mas durante as enchentes, muitas estruturas de atendimento à população foram perdidas. Em Venâncio Aires, por exemplo, as enchentes impactaram mais de 23 mil pessoas”, revela.

Deizimara orientou os técnicos, secretários e agentes administrativos de meio ambiente que participaram da reunião da Câmara Setorial no Cisvale, a respeito do funcionamento do programa, para que os municípios possam acessar os recursos da União no tempo hábil. “Parece estar perto o dia 31 de março, e de fato está. Mas nesta fase de inscrição, o projeto em si não precisa estar pronto. Vale um esforço das equipes para quem possam acessar estes valores”, complementa a secretária.  

Comitê técnico define locais de instalação das estações doadas pelo Sicredi

Boqueirão do Leão, Gramado Xavier, General Câmara, Santa Cruz do Sul, Vale do Sol e Vera Cruz foram confirmados na lista para instalação das cinco unidades doadas pela cooperativa

Santa Cruz do Sul – O Comitê Pró-Clima do Vale do Rio Pardo definiu os municípios que estão aptos a receber uma das cinco estações meteorológicas, doadas ao comitê pelo Sicredi Vale do Rio Pardo. O grupo técnico, formado por secretários municipais de meio ambiente e agentes públicos ligados à área, reuniu-se no Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), onde deliberou sobre os destinos que podem receber a instalação de estações. Seguindo critérios técnicos da Defesa Civil, Boqueirão do Leão, General Câmara, Gramado Xavier, Santa Cruz do Sul, Vale do Sol e Vera Cruz, podem ter propriedades e espaços contemplados para a colocação dos equipamentos.

Conforme o presidente do Cisvale, Gilson Becker, inicialmente, o município de Vera Cruz teria, assim como Santa Cruz do Sul, duas áreas candidatas ao monitoramento. No entanto, devido à necessidade de ampliação da área regional, para cobertura das informações climatológicas, o município de General Câmara foi acrescentado. “Os critérios para instalação das estações meteorológicas seguem as orientações da Defesa Civil, que consideram a necessidade da criação de uma rede de monitoramento regional”, reforça.

Becker destacou ainda a importância dos equipamentos que serão utilizados, pois trata-se de estações meteorológicas multifuncionais, utilizadas tanto para monitoramento e previsão do clima – com dados essenciais para a adaptação e resiliência climática dos municípios – quanto para fornecer informações e estatísticas à agricultura. “Além destas estações, a região receberá outros equipamentos por meio de recursos da Consulta Popular, para compra de mais cinco estações, eleito pelo Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede), como prioridade. São mais de R$ 847 mil que serão destinados à aquisição de equipamentos para reforçar esta rede de estações”, confirma.

Na próxima quarta-feira, dia 19, a equipe técnica do Pró-Clima se reúne novamente para alinhar os pontos, em outros municípios, aptos a receberem a instalação de estações meteorológicas, que serão adquiridas pelo Comitê com recursos da Consulta Popular. “O Corede estabeleceu que estes recursos devem ser geridos pelo comitê. Então é muito importante que, o mais breve possível, façamos a definição destas áreas, pois o projeto precisa estar finalizado até o dia 31 de março”, complementa o presidente Gilson Becker.

A serviço da comunidade

Conforme o assessor do segmento Agronegócio do Sicredi Vale do Rio Pardo, Patrick Lopes, a única exigência da cooperativa, no que se refere à instalação das cinco estações meteorológicas doadas, diz respeito ao compartilhamento das informações. “As informações devem ser disponibilizadas para a população como um todo, assim como a definição das áreas, que precisam contemplar o maior número de comunidades da região”, ressalta.

Com o funcionamento das estações doadas, mais os equipamentos que serão adquiridos por meio da Consulta Popular e a adesão do estado, que também anunciou a licitação para estações nos municípios de Venâncio Aires, Vale Verde, Santa Cruz do Sul, Candelária, Rio Pardo e Sinimbu, somadas as três estações da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), poderão criar uma rede regional de monitoramento. “Existe agora a necessidade de implementação de um sistema que possa concentrar todas estas informações, armazenando dados e fornecendo informações, em tempo real, para a tomada de decisões dos municípios”, ressalta a diretora executiva do Cisvale, Léa Vargas.

Municípios candidatos às estações

Boqueirão do Leão;

General Câmara;

Gramado Xavier;

Santa Cruz do Sul – Monte Alverne (Arroio Castelhano);

Santa Cruz do Sul – Alto Paredão;

Vale do Sol – Costa do Rio;

Vera Cruz.

Financiamento externo

O Comitê Pró-Clima também prepara o credenciamento do Eixo IV, que trata da Recuperação de Solos Agriculturáveis e Agricultura Sustentável, em editais públicos, criados pelo Grupo Boticário e pelo Banco de Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para o financiamento de iniciativas de até R$ 1,5 milhão de Reais. “Nosso projeto para promover o uso racional e as boas práticas de manejo de solo e água em propriedades rurais do Vale do Rio Pardo, cujo orçamento é de R$ 1.878.468,40, está apto para entrar em ambos os editais de financiamento. Por ser uma decisão do Comitê, faremos a inscrição”, reforça a diretora executiva do Cisvale, Léa Vargas.

Governo federal cria programa para qualificar e ampliar resiliência climática nos municípios

Em agenda em Brasília, o presidente do Cisvale Gilson Becker participou de vários eventos cuja o tema vai ao encontro do trabalho desenvolvido pelo Comitê Pró-Clima do Vale do Rio Pardo; consórcio poderá ampliar atuação na área de resíduos sólidos, por meio de parceria federal

Brasília – O governo federal anunciou, durante o encontro de novos prefeitos e prefeitas, na Capital Federal, a criação do programa AdaptaCidades, no qual o objetivo é ampliar a capacidade de resiliência e treinamento da população em situações de clima severo ou eventos climáticos extremos. Representando a região, o presidente do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), Gilson Becker, participou do lançamento, ocorrido na última quarta-feira, 12, com a apresentação da portaria para ingresso dos municípios. A meta é incluir a região como um todo no programa, estendendo assim a qualificação aos 17 municípios consorciados. Ainda na programação do evento, foram apresentados novos programas para a destinação de resíduos sólidos, uma das políticas públicas que deverá ser ampliada pelo Cisvale durante o ano de 2025.

Entre as inovações que o AdaptaCidades apresenta está a possibilidade de ampliação na integração entre os governos federal, estaduais e municipais, no que se refere às políticas públicas de adaptação e resiliência climática. “Na prática é o que já está acontecendo em nossa região, por meio do Comitê Pró-Clima e esta integração dos municípios do Cisvale. Agora, o que nos é apresentado são novas possibilidades nas áreas de capacitação, planejamento e monitoramento, condições que contribuem com as atividades já desenvolvidas no Vale do Rio Pardo”, avalia Becker.

Conforme o presidente do Cisvale, o AdaptaCidades vem em boa hora para ajudar na estruturação dos municípios. “Nossa região está um pouco mais avançada nisso, porque atuamos na elaboração de bons projetos e já estamos na fase de captação de recursos para a implementação deles. Mas nesta etapa de reconstrução e ações de adaptação e resiliência, estamos sempre na busca de novos programas e iniciativas que tornem ainda mais robusta nossa atuação enquanto região”, pondera o presidente, ao destacar que o Cisvale e os 17 municípios consorciados irão efetuar junto ao governo do estado a mobilização para o credenciamento ao AdaptaCidades.

Ainda no rol de discussões ambientais, o presidente do Cisvale participou da apresentação de novas ações para o controle e destinação correta de resíduos sólidos, atividade já desenvolvida pelo consórcio do Vale do Rio Pardo, ainda em 2019, com levantamento e estudo deste potencial na região. A pauta retorna como uma das prioritárias para o Cisvale a partir deste ano. “Foram apresentadas novas possibilidades, por meio de editais, para captação de recursos e elaboração de projetos. Este é um tema que muito interessa o Cisvale, pois temos como objetivo retomar esta ação”, destaca.

Becker destaca que o estudo regional para tratamento e destinação de resíduos sólidos do Cisvale havia sido contemplado em um edital da Caixa Econômica Federal, porém o contrato não chegou a ser assinado. “Ainda iremos participar de uma reunião com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, para que se encontrem alternativas para avançarmos nesta questão que representa um custo alto aos municípios. Precisamos construir alternativas que sejam ambientalmente correta e financeiramente viáveis aos nossos municípios”, ressalta o presidente do Cisvale.

Cisvale apresenta propostas desenvolvidas pelo Pró-Clima em conferências regionais

Ações desenvolvidas para o socorro aos municípios atingidos pelas enchentes de maio de 2024 e a criação do comitê que deu origem aos projetos regionais foi exibido nas conferências de Meio Ambiente de Eldorado do Sul e do Vale do Taquari

Lajeado – O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) participou das conferências municipal e regional de Meio Ambiente, nos municípios de Eldorado do Sul e do Vale do Taquari, realizada no município de Lajeado. Os eventos apresentaram como exemplo positivo a ação do Cisvale durante os eventos climáticos de maio de 2024, com a criação da força-tarefa de socorro aos municípios, e posteriormente, a criação do Comitê Pró-Clima, responsável pelo gerenciamento e criação dos projetos de adaptação e resiliência do Vale do Rio Pardo.

A diretora executiva do Cisvale Léa Vargas representou o consórcio em ambas as conferências. No município de Eldorado do Sul, na última segunda-feira, 10 e em Lajeado, nesta quarta-feira, 12. “Nós entendemos que a união de esforços, por meio da participação de entidades, das universidades, dos municípios, criamos um modelo que deu certo, sob o acompanhamento do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público. Se conseguirmos superar todos os desafios impostos durante a catástrofe e estamos viabilizando a implementação de projetos para melhorar nossa região, isso só foi possível por meio desta união”, afirma a diretora.

Léa palestrou nos dois eventos, tendo como espectadores prefeitos, secretários municipais de meio ambiente, promotores de justiça e pessoas ligadas ao meio ambiente nas duas regiões. As conferências municipal e regional devem ser realizadas, envolvendo todos os municípios do País, para ajudar a compor o painel estadual, e depois o evento nacional, que ocorre entre 6 e 9 de maio, em Brasília. O Vale do Rio Pardo encerrou o ano de 2024 com a etapa regional concluída, por meio da 2ª Conferência Intermunicipal de Meio Ambiente, realizada pelo Cisvale, em 6 de dezembro do ano passado. “Nestes eventos conseguimos compartilhar os resultados destas ações que foram iniciadas, como a criação do Fundo Permanente de Meio Ambiente, por indicação do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado, para captar recursos que têm chegado de empresas e entidades. Dividimos também a experiência de ter nossos projetos técnicos apresentados durante a COP-29, no Azerbaijão, na ação do governo do Estado, que levou estas iniciativas para captação de recursos internacionais”, ressalta.

Além disso, a diretora executiva do Cisvale também falou sobre a pré-aprovação dos projetos regionais no Plano Rio Grande. “Esta é uma das provas que o coletivo sempre tem maior força. Os projetos de meio ambiente, resiliência e adaptação ao clima precisam considerar toda uma região, pois uma bacia hidrográfica, por exemplo, passa por mais de um município. E é assim que ações desta magnitude precisam ser elaboradas”, reforça.

Agenda Ambiental

Mais do que as ações realizadas pelo Cisvale no período de crise climática no Vale do Rio Pardo, o consórcio apresentou também a criação da Agenda Ambiental Cisvale 2030: um planeta saudável, um futuro sustentável. A iniciativa, lançada ainda em 2023, tem por objetivo promover a educação ambiental e a mudança de comportamento com o meio ambiente a partir de 30 projetos de curta, média e longa duração. “Antes mesmo dos eventos climáticos extremos atingirem a nossa região, o Vale do Rio Pardo, o Cisvale já iniciava este projeto que foca na criação de um novo conceito de vida sustentável, a partir da educação e da prática individual. A nossa Agenda Ambiental”, pontua.

Presidente do Cisvale assume vice-presidência da associação gaúcha de consórcios públicos

Gilson Becker tomou posse na manhã desta quarta-feira, 5, em solenidade realizada na Famurs, em Porto Alegre; meta é ampliar a relevância dos consórcios e o protagonismo regional na área

Porto Alegre – O presidente do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) Gilson Becker tomou posse como vice-presidente da Associação Gaúcha de Consórcios Públicos (Agconp) na manhã desta quarta-feira, 5. O ato ocorreu no auditório da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), onde a entidade reforçou a parceria com as administrações municipais e o trabalho conjunto pró-desenvolvimento das regiões gaúchas.

Conforme o presidente do Cisvale, Gilson Becker, a atuação dos consórcios públicos serve de modelo para as administrações municipais, por conta do papel relevante que assume junto às suas comunidades. “Para nós este é um momento muito importante, pois o trabalho que vem sendo liderado pelo Cisvale,  na busca pela ampliação de parcerias com o governo do Estado, nas áreas da saúde e meio ambiente, assim como em outras possibilidades que agora começam a aparecer aos consórcios públicos”, destaca.

Becker agradeceu também a confiança da Agconp, na indicação de seu nome para o cargo de vice-presidente, para o biênio 2025/2026. “Queremos manter a importância e o crescimento dos consórcios, que são fundamentais para todas as regiões do Rio Grande do Sul”, ressalta o presidente do Cisvale, ao reforçar a atuação das entidades no reforço às gestões municipais, no que se refere à geração de economia e acessibilidade aos processos de compras coletivas. “Nossa participação junto à associação que representa os consórcios fortalece ainda mais a atuação do Cisvale em nossa região”, complementa.

Ao lado de Becker que é prefeito de Vera Cruz, assume a presidência da Agconp, o prefeito de Pinhal, Luiz Carlos Pinto. O prefeito de Vespasiano Corrêa, Tiago Michelon é o novo secretário e o tesoureiro da Agconp é   Valmor Telles do Amaral, prefeito do município de Saldanha Marinho.

Projetos do Pró-Clima do Cisvale são pré-aprovados pelo Estado

Em meio a mais de 700 propostas, encaminhadas por todas as regiões do Rio Grande do Sul, os seis projetos elaborados pelo Comitê Pró-Clima, do Cisvale, são pré-selecionados pelo Plano Rio Grande; entidade foi o único consórcio de serviços a ter projetos selecionados

Santa Cruz do Sul – Os seis projetos elaborados pela equipe técnica do Comitê Pró-Clima, criado pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), para adaptação, resiliência e recuperação em eventos climáticos severos foram pré-selecionados pelo Comitê Gestor do Plano Rio Grande. O comitê aguarda agora a comunicação oficial do governo do Estado, para que sejam efetuados os próximos passos para colocar as ações em prática. Ao todo, os projetos têm um orçamento superior a R$ 79 milhões para a execução em iniciativas que contemplam os eixos de resiliência climática e gestão de desastres; gestão de recursos hídricos e revitalização de ecossistemas; infraestrutura e urbanização sustentável e recuperação de solos agriculturáveis e agricultura sustentável. Ainda durante a semana, irá ocorrer uma reunião on-line com um banco europeu, que teve acesso ao caderno de projetos durante a COP-29, realizada no Azerbaijão.

Conforme o presidente do Cisvale, Gilson Becker, uma comunicação ainda não oficial dá conta de que todos os seis projetos elaborados pelo Comitê Pró-Clima foram incluídos no Plano Rio Grande, para o financiamento do governo do Estado. “Estamos muito felizes com esta pré-seleção, que indica uma real possibilidade de captação dos recursos, no valor de quase R$ 80 milhões, para a realização das nossas propostas. Precisamos agora seguir acompanhando esta evolução junto ao governo. Esta é uma surpresa que vai muito além das nossas expectativas”, revela Becker.

O presidente disse ainda que as seis propostas (veja abaixo) foram pré-selecionadas em meio a mais de 700 projetos enviados, de todas as regiões atingidas pelos eventos climáticos de maio de 2024 no Rio Grande do Sul. Desta seleção, apenas 69 foram pré-contemplados, entre eles, as propostas do Comitê Pró-Clima. “O Cisvale foi o único consórcio público com propostas pré-selecionadas, assim como a única iniciativa regional. As demais propostas são ações específicas de municípios atingidos pelas enchentes. Isso mostra a qualidade e a capacidade de resposta da nossa região, que por meio do Cisvale se organizou e conseguiu criar bons projetos técnicos”, parabeniza.

A diretora executiva do Cisvale Léa Vargas também parabeniza, em especial, a qualidade técnica da equipe do Comitê Pró-Clima, assim como a mobilização do consórcio na busca pela inclusão dos projetos no plano. “Fica aqui o nosso reconhecimento a toda a equipe técnica que se envolveu na construção destes projetos, assim como os nossos gestores que trabalharam pela inclusão destas propostas. Esta confirmação, de pré-seleção deixa nossa região muito otimista, quanto a possibilidade de realização das ações formatadas por nossa equipe técnica”, resume a diretora.

A direção do Cisvale aguarda agora a formalização dos repasses, por meio da pactuação com o governo do Estado, para a efetivação dos projetos, aquisição de equipamentos e início das atividades nos quatro eixos mapeados como necessidades do Vale do Rio Pardo quanto à adaptação e resiliência às mudanças climáticas no Rio Grande do Sul.

O Comitê Pró-Clima é formado pela Câmara Setorial de Meio Ambiente do Cisvale, Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Faculdade Dom Alberto; Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede-VRP), Comitê Pardo, Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e o Conselho de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul (Crea – RS).

Relembre os projetos

Eixo I – Resiliência Climática e Gestão de Desastres:

– Aquisição de estações de monitoramento, sensores refletométricos telemétrico e equipamentos para a unidade regional da Defesa Civil. O valor estimado para este projeto é de R$ 21.468.130,41, com uma contrapartida do Vale do Rio Pardo, no valor de R$ 214.681,30;

Eixo II – Gestão de Recursos Hídricos e Revitalização de Ecossistemas:

– Estudo de Bacia hidrográfica modelagem, topobatimetria, mapeamento para desassoreamento e revitalização, orçado em R$ 32.026.673,33;

– Revitalização das margens da Bacia hidrográfica do Arroio Castelhano, no valor de R$ 15.590.577,00;

– Ações de recuperação de fauna e floras ciliares e aquáticas de todos os cursos de água do Vale do Rio Pardo, orçado em R$ 5 milhões;

Eixo III – Infraestrutura e Urbanização Sustentável:

– Uso das águas nos espaços urbanos e rurais, com o projeto de Implementação de Soluções de Macrodrenagem para minimizar impactos de cheias nos municípios do Cisvale, com orçamento de R$ 3.736.000,00;

Eixo IV – Recuperação de Solos Agriculturáveis e Agricultura Sustentável:

– Promover o uso racional e as boas práticas de manejo de solo e água em propriedades rurais do Vale do Rio Pardo, cujo orçamento é de R$ 1.878.468,40.

Valor total estimado R$ 79.699.849,14

Reunião internacional

Está pré-agendada, ainda para ocorrer durante esta semana, uma reunião on-line internacional, com representantes de um banco europeu. Durante a realização da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas que este ano acontece em Baku, no Azerbaijão (COP29), em novembro do ano passado, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, de posse dos cadernos de projetos, encaminhou as propostas regionais a diversos órgãos internacionais de financiamento. Até mesmo dos diretos dos Brics – grupo de economias emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – estiveram reunidos com a comitiva gaúcha, e receberam os projetos.

De acordo com o presidente do Cisvale, Gilson Becker, a qualidade dos projetos e as visitas realizadas, por meio do governo do Estado, começam a surtir efeito positivo na direção da implementação dos projetos. “Esta agenda, que ocorre na próxima quarta-feira, dia 29, também nos provoca muita expectativa diante das possibilidades de captação de recursos para o Fundo do Comitê Pró-Clima, já instituído pelo Cisvale”, complementa.

Cisvale reúne novos secretários de saúde para ofertar serviços e compras coletivas

Reunião contou com a participação de secretários municipais de saúde e assessores, dos 17 municípios consorciados; consórcio mostrou ainda projeto para criação de novos ambulatórios de especialidades

Santa Cruz do Sul – O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) reuniu, na manhã da última segunda-feira, 20 de janeiro, secretários e assessores técnicos das Secretarias Municipais de Saúde dos 17 municípios consorciados. Durante o encontro, no qual o consórcio apresentou dados e fluxos de funcionamento, foi apresentada também a proposta do Ministério da Saúde, por meio do programa federal “Mais Acesso às Especialidades (PMAE)”, no qual será possível instalar ambulatórios especializados na região. Da reunião, os gestores ventilaram a instalação de ambulatórios para oftalmologia, ortopedia e cardiologia.

Conforme a diretora executiva do Cisvale, Léa Vargas, um dos destaques da atuação do consórcio ocorre na área do Tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), por meio do Centro TEA, vinculado ao programa estadual TEAColhe. “No ano passado foram capacitados 2.804 profissionais, entre professores, diretores e monitores de escolas públicas da região. Esta ação tem sido muito importante, pois existem muitos casos de autismo na rede pública de ensino e o foco deste programa é capacitar, e matriciar de forma permanente os profissionais que vivem o dia a dia da sala de aula”, pontua Léa.

Além das apresentações de dados e números (veja quadro abaixo), a direção do Cisvale explicou as formas de acesso ao consórcio e a maneira como a entidade trabalha junto aos municípios. ‘’O Consórcio foi criado para dar todo o assessoramento técnico e suporte necessário às administrações’’, destaca Léa.

Durante o debate com secretários municipais de saúde, o grupo deliberou pela possibilidade de instalação de ambulatórios para oftalmologia, ortopedia e cardiologia – áreas nas quais há uma grande demanda regional para atendimento especializado. “Ainda no que se refere à atenção da saúde nos municípios, o Cisvale propôs contratar horas-técnicas de médicos auditores para auxiliar os municípios na regulação das filas de espera para atendimento, semelhante ao serviço prestado a Secretaria Estadual da Saúde pelos consórcios públicos”, reforça a diretora.

Conforme Léa, a intenção do governo federal é pactuar com as regiões a instalação de espaços destinados a atenção especializada focado na realização do diagnóstico. “Estes ambulatórios contam com o atendimento com médico especialista e o encaminhamento exames de imagem de média e alta complexidade. Realizando estas etapas, em até 60 dias o paciente terá alta do ambulatório, ou é direcionado diretamente para alta complexidade”, exemplifica.

Acolhida aos novos gestores

O presidente do Cisvale, Gilson Becker, participou do encontro realizado no auditório do consórcio, com os titulares e técnicos da área da saúde dos 17 municípios consorciados. De acordo com ele, o objetivo da entidade é sempre caminhar ao lado da gestão pública, ofertando serviços e soluções coletivas.  “Ainda mais na área da saúde, que é uma área tão complexa, que trabalha com a vida e a necessidade de urgência, praticamente o tempo todo. É nosso papel atuar como parceiros nesta gestão”, comenta Becker, ao saudar novos gestores dos novos mandatos das prefeituras da região.

O Cisvale em números

– Em 2024, realização de 178.796 atendimentos, a usuários dos 17 municípios consorciados;

– A população atendida é estimada em 405.067 habitantes;

– As compras coletivas de medicamento, por meio de licitação, somaram mais de R$ 5 milhões em aquisições no último ano, representando uma economia de até 60% para as prefeituras;

– Entre as formações de profissionais da educação, matriciamento da rede de saúde, educação e assistência social, destaca-se o atendimento aos casos graves, severos e refratários de pessoas com Transtorno do Espectro do autismo, o Centro TEA realizou 3.910 atendimentos.

Estudo contratado pelo Cisvale mostra riqueza de espécies de animais silvestres

As áreas com a maior diversidade da fauna nativa estão nos municípios de Encruzilhada do Sul e Santa Cruz do Sul; levantamento entra na reta final para apresentação do diagnóstico socioambiental dos 17 municípios consorciados

Santa Cruz do Sul – O estudo para criação do Diagnóstico Socioambiental (DSA), contratado pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), desvendou a diversidade de animais silvestres, nas áreas urbanas florestadas nos municípios da região. Por meio de registros diretos nas matas e com o uso de armadilhas fotográficas, foram captadas imagens de aves, macacos, gatos-do-mato e diversos animais que habitam estas áreas e contribuem direta e indiretamente para a qualidade de vida nas cidades. Entre os destaques dos 17 municípios nos quais foi realizado o levantamento, Encruzilhada do Sul, por ter na região leste da cidade, junto as nascentes dos Arroios Rondinha e Lava-pés, uma área de mata ciliar preservada, banhados e campos nativos, e Santa Cruz do Sul, tendo o Cinturão Verde, foram os locais nos quais houve a maior abundância e diversidade de espécies identificadas pelo biólogo.

Segundo o biólogo Paulo Francisco Kuester, responsável pelo levantamento de fauna e flora nos 17 municípios do Cisvale, os registros em foto e vídeo mostram a presença de animais como tatu, graxaim, gato-do-mato e macaco-prego, que são espécies nativas do Vale do Rio Pardo, e algumas delas mais difíceis de serem encontradas junto às áreas urbanas da região. “Encruzilhada do Sul tem uma área grande de matas de galeria, campos e banhados nativos, na qual foi encontrada uma grande biodiversidade. O mesmo ocorre no Cinturão Verde, em Santa Cruz do Sul, onde ainda existe uma boa área preservada, mostrando uma diversidade de animais e da flora nativa”, ressalta.

Kuester explica ainda que, por conta da urbanização, o Cinturão Verde de Santa Cruz do Sul tornou-se uma espécie de “ilha”, na qual os animais silvestres nascem, com corredores de fauna comprometidos, por conta da crescente urbanização na área. “Por isso que, de vez em quando, ocorre a presença de animais silvestres junto às residências, ou até mesmo nas ruas que cruzam pela área. No entanto, o município tem uma grande diversidade de fauna e flora”, complementa.

O resultado do estudo – que é uma parte importante do DSA – irá mostrar como a presença de animais silvestres e plantas nativas contribui para a população urbana. Conforme o biólogo, os animais que habitam as áreas de mata mapeadas junto às cidades têm uma importância essencial no ecossistema regional. “As áreas urbanas onde há primatas, como o bugio e o macaco-prego, que são espécies sentinelas para algumas das doenças que afetam aos humanos e que chegam à região, são imprescindíveis no monitoramento dessas espécies. Trabalhando com estes animais, pode ser possível até mesmo prever uma pandemia, porque eles sofrem antes mesmo dos humanos”, complementa. O levantamento de fauna e flora já foi concluído e os relatórios assinados por Kuester da empresa Sinuelo Consultoria Ambiental são encaminhados para a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), responsável pela realização do Diagnóstico Socioambiental.

Crescimento urbano precisa ser sustentável

Para o presidente do Cisvale Gilson Becker, o levantamento preliminar da diversidade de fauna e flora regional já é um indício importante de que a região precisa cuidar do meio ambiente, uma vez que as áreas urbanas são integradas aos espaços naturais. “Por isso este trabalho contratado pelo Cisvale para os 17 municípios que fazem parte do consórcio é tão importante. Precisamos encontrar maneiras sustentáveis de desenvolvimento e ocupação de nossos municípios e o Diagnóstico Socioambiental, realizado pela Unisc, trará as ferramentas necessárias para este planejamento em médio e longo prazo”, pontua.

A aprovação do estudo para elaboração do Diagnóstico Socioambiental do Vale do Rio Pardo ocorreu em setembro de 2023, em assembleia geral do Cisvale, após a criação da nota técnica da Câmara Setorial de Meio Ambiente do Consórcio. A medida e a nota técnica atendem a uma da resolução 458/2022 do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), que prevê o mapeamento urbano das Áreas de Proteção Permanentes (APPs).

Conforme a professora Priscila Mariani, da Unisc, responsável pela elaboração do DSA, o mapeamento tem como objetivo a criação de um inventário do que existe em fauna e flora na região e qual é o papel delas no ecossistema regional. “O Cinturão Verde, de Santa Cruz do Sul, por exemplo, tem um papel importante para toda a região, é um ambiente adequado para a fauna e flora, que na ausência dele, poderá ter várias espécies em extinção. Este estudo irá mostrar as áreas mais frágeis e que necessitem de uma maior atenção”, explica.

A biodiversidade

O trabalho de campo realizado pelos biólogos Paulo Francisco Kuester e Mariane Engler revelou a presença de mais de 400 espécies de plantas, cerca de 20 espécies de mamíferos, aproximadamente 200 espécies de aves, e mais 17 espécies de répteis e anfíbios. Dentre estas espécies, muitas são ameaçadas e endêmicas de grande importância quanto a sua preservação. Assim como muitas espécies exóticas invasoras, principalmente da flora, que são um grande problema para a biodiversidade da região.

Estudo segue em andamento

O levantamento de fauna e flora, que revelou a presença de muitas espécies de animais silvestres na região é uma das etapas importantes para conclusão do Diagnóstico Socioambiental (DSA). Esta atividade já percorreu os 17 municípios para a elaboração dos relatórios finais do estudo. Aliado à ação, já foram realizadas também imagens aéreas, que dão um melhor panorama aos estudos de campo realizados.

Outro processo já realizado é o levantamento dos recursos hídricos da região do Cisvale. Este estudo é essencial para a composição do relatório final, que irá contar também com informações técnicas dos municípios visitados. A equipe da Unisc inicia a avaliação de dados e criação dos parâmetros e estatísticas referentes às áreas de preservação, com mapeamento e todas as informações necessárias para composição do relatório final do DSA.

Gilson Becker retorna à presidência do Cisvale

Assembleia geral realizada nesta sexta-feira, 13, também aprovou a criação do Fundo Pró-Clima, para captação de recursos; Sicredi Vale do Rio Pardo confirmou a doação de cinco estações meteorológicas

Santa Cruz do Sul – Em assembleia geral o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) elegeu a nova diretoria para a gestão da entidade nos próximos dois anos. O prefeito de Vera Cruz, Gilson Becker, assume como presidente e o prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, como vice, a partir de 1º de janeiro de 2025. A assembleia aprovou também a criação do Fundo Permanente de Meio Ambiente, formalizado também em contrato de programa com os municípios para a gestão dos projetos de adaptação e resiliência às mudanças climáticas na região. Ainda durante o encontro, o Sicredi Vale do Rio Pardo confirmou a doação de cinco estações meteorológicas de monitoramento, contemplando o projeto do Eixo I do Comitê, sendo este o primeiro projeto a ser beneficiado com doação.

Eleito por unanimidade, Gilson Becker reforçou a importância do Cisvale para a região, especialmente no que se refere ao desafio do clima e todos os projetos criados tanto pelo Comitê Pró-Clima, quanto pela Agenda Ambiental Cisvale 2030, idealizada durante sua primeira gestão à frente do Consórcio, em 2022. “Teremos novos e importantes desafios para o Consórcio, assim como em todos os nossos municípios. No entanto, com o apoio e a união de todos, acreditamos que vamos conseguir avançar nesta área, assim como em demais serviços do Cisvale”, disse o presidente eleito, ao referir-se a aprovação dos demais gestores, à proposta do Cisvale em realizar um concurso público para contratação de profissional especializado em compras por meio de licitação.

Com a criação do cargo, além de gerenciar as compras coletivas de medicamentos – atualmente realizadas pelo Consórcio, haverá a possibilidade de expansão deste serviço, especialmente para atenção à legislação específica de licitações, que são as compras realizadas por órgãos públicos. A assembleia aprovou também o orçamento do Cisvale para o ano de 2025, cujo montante de recursos para funcionamento do Consórcio será de R$ 20.460.000,00

Sandra Backes, atual presidente que permanece no cargo até 31 de dezembro, agradeceu a parceria com todos os municípios consorciados. Em seu pronunciamento, a gestora apresentou uma retrospectiva de fatos, nos quais, o socorro aos municípios durante as enchentes de maio, criação do Comitê Pró-Clima e toda articulação para criar projetos e captar recursos para eles, estiveram em destaque. “Foi um ano de muito trabalho e de grade desafio para todos nós. Mas nem por isso deixamos de realizar as atividades do Centro TEA, referência no tratamento do Autismo, a revisão de nossos planos de saneamento, as atividades da Agenda Ambiental e até mesmo a realização da Conferência Intermunicipal do Meio Ambiente”, ressaltou. Sandra destacou ainda que o consórcio vem trabalhando uma parceria com o governo do Estado, em busca da ampliação dos serviços especializados na área da saúde regional.

Além de Becker e da Rosa, assumem a nova diretoria do Cisvale, a partir de 1º de janeiro de 2025, como secretária, a prefeita de Minas do Leão, Silvia Lasek, como secretária e como tesoureiro, Ricardo Froemming, prefeito eleito de Vale Verde, também compunham a chapa. O Conselho Fiscal foi eleito na assembleia, determinando presidente Nestor Ellwanger (Rim), prefeito de Candelária, Rogério Monteiro, prefeito de Rio Pardo, secretário, Marcelo Laufer, prefeito do município de Gramado Xavier, segundo secretário, Edgar Theisen, prefeito de Passo do Sobrado e no cargo de vogal, o prefeito eleito de Vale do Sol, José Valtair dos Santos.

Criado fundo permanente de meio ambiente

Uma das exigências legais para o recebimento de recursos para o custeio e financiamento de projetos do Comitê Pró-Clima e a Agenda Ambiental Cisvale 2030 é a criação de um fundo específico, de atividades relacionadas ao gerenciamento do fundo permanente e meio ambiente. Com isso, entidades privadas, governos federal e estadual, Ministério Público poderão doar recursos para estes projetos. “A partir desta criação, fica também possível que estas entidades façam repasses de verbas e valores destinados ao custeio e implementação dos projetos criados pelo Comitê Pró-Clima do Vale do Rio Pardo, assim como da Agenda Ambiental Cisvale 2030”, complementa a diretora executiva do Cisvale, Léa Vargas.

Sicredi doa cinco estações de monitoramento

Convidado da assembleia geral de prefeitos, o presidente da Sicredi Vale do Rio Pardo, Heitor Petry, confirmou a doação de cinco estações de monitoramento do clima, para auxiliarem na implementação do projeto do Eixo I, Resiliência Climática e Gestão de Desastres. “Recebemos recursos de várias cooperativas do País, e junto de valores próprios, da nossa cooperativa, conseguirmos fazer vários repasses e socorro aos nossos municípios. Esta é uma pequena doação, mas é uma forma de contribuir com todo este trabalho do Pró-Clima”, destaca.

A presidente Sandra Backes ressaltou que a doação da Sicredi é o pontapé inicial de um dos projetos mais importantes, que trata sobre a mitigação e resiliência aos eventos climáticos extremos. “Esta doação é emblemática e mostra como são importantes os nossos projetos e toda a mobilização do comitê e da região”, frisa Sandra.